RO, Sábado, 04 de maio de 2024, às 19:39



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Casal que torturou, matou e cortou dedos de idoso para usar digital e sacar dinheiro tem pena de 118 anos confirmada

PORTO VELHO (08-01) – Lembram deste casal de idosos da foto acima que virou notícia em julho de 2020, depois que foi sequestrado, torturado e morto por um casal de inquilino a quem eles alugaram uma edícula no fundo de casa para ter alguém com quem conversar? Eles escolheram a cidade de Colorado do Oeste para viver, se aposentaram e prestavam serviços voluntários como dentistas no presídio da cidade, o mesmo onde ficaram presos seus algozes.

Ao chegar à casa de detenção de Colorado do Oeste, onde Eldon Mai e Dionélia atendiam os presos com problemas dentários, Nilmar, o assassino confesso, levou um ‘corretivo’ dos detentos, ficando com o corpo totalmente tomado em hematomas.

O casal de dentistas aposentado Eldon Mai e Dionélia Giacometti alugou um edícula nos fundos de sua casa para ter alguém com quem conversar e passar o tempo

Ao ser questionado pelas policiais penais sobre o que havia acontecido, Nilmar alegou que caiu da ‘jega’, como são chamadas as camas de concreto e cimento liso dos presídios.

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‘Jega’ brava essa, hein!!

O casal assassino foi condenado a quase 120 anos de prisão, mas inventaram um bocado de desculpas esfarrapadas amparadas pela legislação para tentar reduzi o tamanho da pena na segunda instância.

Deu com os burros n’água.

Os desembargadores da Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Rondônia mantiveram a condenação em 118 anos de prisão dos dois inquilinos acusados de matar o casal de idosos.

O crime aconteceu no dia 5 de julho de 2020, em Colorado D´Oeste.

A decisão dos desembargadores em manter inalterada a pena ocorreu no julgamento do recurso de apelação 0000257-05.2020.8.22.0012 e teve como relator o desembargador José Antônio Robles. No recurso, os condenados pediam a diminuição da pena, enquanto o Ministério Público, queria o aumento.

Francinéia pediu sua absolvição no crime de estelionato e também pela acusação de ocultação de cadáver, alegando que no processo não havia provas contra ela que a incriminassem. Já Nilmar pediu que a pena fosse aplicada com base na continuidade delitiva e concurso formal próprio, que certamente diminuiria a pena pela metade.

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Já o MP queria o aumento da pena base com base na personalidade criminosa dos condenados, retirada do benefício da confissão espontânea que atenuou a pena imposta, sugerindo a imposição da agravante da reincidência. Nenhum dos pedidos foi aceito, restando Nilmar condenado a 57 anos e Francinéia em 61.

O carro da vítima foi interceptado pela PRF em Vilhena, quando o assassino tentava fugir de Rondônia

Em seu voto, que acabou sendo acompanhado pelos outros dois desembargadores, José Antônio Robles ressaltou que as provas levantadas pela Polícia são fortes e suficientes para ratificar a condenação dos acusados pelo crime de latrocínio e da forma como foi cometido.

“O cometimento do crime de forma bárbara, com extrema violência e, inclusive, amputação de órgãos das vítimas, justifica a devida exasperação da pena-base. (…) A presença de uma circunstância judicial negativa já se mostra suficiente para exasperar a pena-base, desde que o aumento seja razoável e proporcional”, disse ele em seu relatório.

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E finaliza: “tendo os crimes de latrocínio e ocultação de cadáver sido praticados contra as mesmas vítimas, porém em momentos diversos, ou seja, mediante mais de uma ação, tem-se o concurso material entre tais condutas típicas, cabendo o somatório de suas respectivas penas. Artigo 69 do Código Penal”.

O CRIME

As vítimas eram dentistas aposentados e os condenados inquilinos dos idosos. Nilmar exercia a função de feirante, e, na época tinha 38 anos e chegou a amputar 4 dedos da mão de Eldon Mai, após assassiná-lo para usar a biometria em um saque no caixa eletrônico de uma agência bancária.

Os corpos das vítimas foram abandonas em estradas vicinais da região de Colorado

O crime foi descoberto dias depois, quando Nilmar foi interceptado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) com o carro da vítima no município de Vilhena. Ele alegou que emprestou o veículo, mas depois confessou o assassinato de Dionélia Giacometti e do marido dela. Naquela ocasião, os idosos estavam desaparecidos.

À Polícia Nilmar contou que as vítimas foram mortas em horários diferentes. Dona Dionéia foi morta primeiro e, mesmo de posse dos ´dedos´ da vítima, ele não conseguiu efetuar o saque. Sem desconfiar de nada, seu Eldon, que havia saído de madrugada, voltou para a casa à tarde e também acabou capturado e morto a pauladas.

Fonte: Hora 1 Rondônia






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