Um homem, de 59 anos, que é capitão reformado da Polícia Militar do Estado de Rondônia, foi preso em flagrante após ter desferido golpes de facão contra duas mulheres, de 66 e 80 anos, na Vila Cláudia Glória, em Presidente Prudente (SP), na tarde desta quarta-feira (12). Uma das vítimas é a própria irmã do suspeito. Ele irá responder por dupla tentativa de feminicídio.
De acordo com as informações que constam no Boletim de Ocorrência registrado na Delegacia Participativa da Polícia Civil, um vizinho ouviu alguém gritando por socorro e o suspeito portando um facão na via pública.
No local, já tinham sido informados de que o homem estaria em um terreno baldio, onde os policiais militares acionados para o atendimento do caso o encontraram e o prenderam.
Segundo o BO, ele vinha se desentendendo com a irmã havia alguns dias, ambos discutiram nesta quarta-feira e o agressor usou o facão para atingir a vítima.
Uma vizinha tentou intervir para não ocorrer nada mais grave e também foi atingida pelo agressor.
Na abordagem, ainda segundo o BO, ele disse aos policiais que queria matar a própria irmã.
As duas mulheres foram socorridas e encaminhadas para atendimento médico.
A irmã, que sofreu um ferimento profundo na cabeça, com grande sangramento, foi levada para a Santa Casa de Misericórdia de Presidente Prudente. Exames ainda serão realizados para identificar a extensão da lesão.
A Polícia Militar não conseguiu identificar para onde a vizinha, que apresentava ferimentos na nuca, na mão e na perna, foi levada nem o estado de saúde da mulher.
Quando foi preso, o homem estava alcoolizado e agitado. O facão foi localizado e apreendido pelos policiais militares em cima de um armário na casa do agressor.
Muito agressivo
Uma testemunha, de 64 anos, contou que o suspeito, que é amigo da sua família, bebe muito. Ele trabalha com produtos artesanais e faz facas, armários e várias outras coisas. Nesta quarta-feira, o homem ingeriu bebida alcoólica e ficou muito agressivo. A irmã, que é professora, estava com pneumonia e havia ficado cinco dias internada em um hospital.
A irmã e a testemunha encontraram-se na área da casa da declarante. A irmã queria saber como estava a saúde da mãe da declarante, quando o irmão chegou. A testemunha, inicialmente, pensou que o homem se juntaria à conversa. Mas ele veio com a mão para trás escondendo o facão e, de repente, desferiu as facadas contra a própria irmã, de 66 anos.
Os golpes foram fortes e a vítima, ferida duas vezes na nuca, sangrou muito. Em seguida, o homem desferiu facadas na mãe da testemunha. Ele mirou as duas facadas no rosto da mulher, de 80 anos, assim como contra a irmã, mas ela primeiro se defendeu com a mão, ferindo o local também. O ferimento da mãe da declarante foi mais superficial. A mulher, de 80 anos, é cadeirante.
Ele tentou por seis vezes atingir também a testemunha, mas não chegou a acertá-la, já que a mulher, de 64 anos, se defendeu como pôde. Ele também mirou a cabeça da declarante e, quando não conseguiu, tentou em outros lugares do corpo, mas não acertou nenhum.
Contra a mãe da declarante, enquanto a golpeava, dizia que a odiava e iria matá-la. Ele chegou a entrar na casa segurando o facão, dizendo que pegaria também a mãe dele, mas conseguiram retirá-la do local. Caso contrário, também acabaria atingindo-a.
A testemunha tinha ouvido o homem discutindo com a irmã, dentro da casa deles, no período da manhã.
Capitão reformado
De acordo com o Boletim de Ocorrência, o suspeito afirmou que é capitão reformado, há pouco mais de dez anos, da Polícia Militar do Estado de Rondônia. Ele mora em Maringá (PR) e veio a Presidente Prudente para cuidar da mãe, que tem 95 anos. Ele alegou que tem uma irmã que mora com a mãe e ela “vem me desaforando”, então, nesta quarta-feira, “mandei o facão pra cortar mesmo”. Questionado se foi para matar, respondeu: “Sim, com essa intensidade”.
Como as vizinhas estavam ao lado dela, acabaram sendo atingidas também, mas isso foi porque entraram no caminho, porque a intenção do agressor se destinava contra a irmã. Ele não quis falar o motivo da desavença com ela.
Nesta quarta-feira, ele ingeriu cerveja e pinga em um terreno onde produz facas. O facão utilizado nos crimes foi produzido pelo suspeito.
No celular do indiciado, havia a seguinte mensagem digitada que se destinava a uma outra irmã: “Vou matar um monte aqui agora… tchau…”.
As vítimas foram socorridas e, por isso, não foram ouvidas pela Polícia Civil.
O estado de saúde delas não é conhecido, pois, durante a elaboração do Boletim de Ocorrência, ambas ainda estavam em atendimento médico.
