PORTO VELHO – Fome é escândalo e contra testemunho! Num país, líder mundial na produção de alimentos, ter pessoas a sofrer a dor da fome revela a economia, cultura, política e cidadãos. Afinal, como podemos admitir que pessoas, famílias e até comunidades inteiras passem fome? A Campanha da Fraternidade 2023 propõe refletir o tema em foco, a partir da perspectiva cristã, entender sobretudo, que não existe fé sem obras e que qualquer discurso religioso sem prática de vida coerente torna-se estéril e vazio.

Com uma coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira de cinzas, em um dos espaços da cúria metropolitana, o arcebispo de Porto Velho, Dom Roque Paloschi, junto a outros religiosos e lideranças da comunidade, lançou a 59° edição da Campanha da Fraternidade da igreja católica em Rondônia em Rondônia.

“Somos sabedores que quaresma é tempo favorável para conversão que, não pode ser apenas uma atividade individualista, uma vez que a vontade de Deus, desde a criação, se manifesta como projeto de vida a um povo. Sabemos que a Campanha da Fraternidade vivenciada na Igreja do Brasil é uma proposta de conversão pessoal e coletiva no tempo quaresmal, com base em situação grave que aflige a vida de grande parte do povo brasileiro”, aponta a mensagem com que a igreja convidou para o evento de lançamento.

Fome é tema da Campanha da Fraternidade pela terceira vez

Com o tema Fraternidade e Fome, a Campanha da Fraternidade deste ano quer chamar a atenção para a situação de mais de 33 milhões de pessoas que estão em situação de fome no país, de acordo com a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional. A campanha, lançada hoje, 22, pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), é inspirada no lema bíblico, extraído de Mateus 14, 16: “Dai-lhes vós mesmos de comer!”.

“A emergência sobre o assunto fez com que, pela terceira vez, a CNBB assumisse a realização de uma Campanha da Fraternidade que trouxesse luz ao tema, buscando fomentar ações, em todos os níveis, para minimizar os impactos desta realidade na vida do povo brasileiro”, disse a entidade.

Lançada em 1964, a Campanha da Fraternidade é um modo de a igreja celebrar o tempo da Quaresma, com oração, jejum e caridade, associados à reflexão e ação sobre um tema específico.

No lançamento da campanha, o papa Francisco enviou um vídeo com uma mensagem ao Brasil, expressando o desejo de que a reflexão sobre o tema da fome entre os católicos brasileiros no tempo da Quaresma seja “uma atitude constante de todos que nos comprometem com Cristo, presente em todo aquele que passa fome”.

Ação foi iniciada pelos próprios servidores da biblioteca

“É meu grande desejo que a reflexão sobre o tema da fome, proposta aos católicos brasileiros durante o tempo quaresmal que se aproxima, leve não somente a ações concretas – sem dúvida, necessárias – que venham de modo emergencial em auxílio dos irmãos mais necessitados, mas também gere em todos a consciência de que a partilha dos dons que o Senhor nos concede em sua bondade não pode restringir-se a um momento, a uma campanha, a algumas ações pontuais, mas deve ser uma atitude constante de todos nós, que nos compromete com Cristo presente em todo aquele que passa fome”, disse Francisco.

No dia 2 de abril, quando será celebrado o Domingo de Ramos, a igreja realiza a Coleta Nacional da Solidariedade. Do total arrecadado, as dioceses enviam 40% ao Fundo Nacional de Solidariedade, gerido pela CNBB, ação responsável pelo atendimento a projetos sociais em todo território brasileiro. A outra parte, 60%, permanece nas dioceses para atender projetos locais, pelos respectivos Fundos Diocesanos de Solidariedade.

Fonte: Com informações da AgênciaBrasil

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