GUAJARÁ-MIRIM – Mais de 100 anos depois do compromisso firmado no Tratado de Petrópolis, em 1903, a Bolívia cria um novo empecilho para o cumprimento de parte deste acordo, com a construção da ponte binacional ligando Guajará a Guyará-Merin. Por razões ainda não esclarecidas, uma autoridade boliviana decidiu que o vão central da ponte, com 120 metros de altura, não é o suficiente para a navegabilidade das embarcações daquele país.
Faz sentido uma coisa dessas?
Mas nem mesmo os bolivianos do departamento (estado) do Beni, que divisa com Rondônia concordam com a absurda alegação da autoridade boliviana e fazem um protesto nesta quarta-feira, pedindo a continuidade do projeto da ponte.
Na quinta-feira, 14, o superintendente regional do Departamento de Infraestrutura e Transportes (Dnit), André Santos, anunciou, durante entrevista ao programa a Hora do Povo, da rádio Rondônia, as exigências do bolivianos e cogitou a possibilidade de suspenção do edital de licitação para início das obras.
O decreto de suspensão foi publicado no Diário Oficial em agosto deste ano.
O governo da Bolívia quer manter a navegação plena do Rio Mamoré, e por isso, exige aumentar a altura do vão central da ponte de 120 para 180 metros, o que segundo o DNIT, levaria pelo menos mais dois anos para que um novo projeto seja elaborado.
Nesta terça-feira, o engenheiro Miguel de Souza, ex-vice-governador e ex-deputado federal por Rondônia, confirmou a informação. Miguel de Souza atualmente é assessor do senador Confúcio Moura.

Pela fala do diretor regional do Dnit ao jornalista Carlos Araújo, as exigências do bolivianos soam como absurdas, ainda mais se considerar que o Madeira para ser totalmente navegável até Guajará-Mirim necessita de ter antes as eclusas nas hidrelétricas e o derrocamento de pedrais ao longo do rio.
Confúcio diz que governo brasileiro está negociando com os bolivianos e que nesta quarta-feira deve acontecer uma reunião e se, a Bolívia aceitar os termos atuais e retirar as exigências de alteração do projeto, a licitação será retomada imediatamente.
André Santos disse que afora esse problema levantado pelos bolivianos, as providencias do lado brasileiro seguem o ritmo determinado pelo Governo Brasileiro.