RO, Terça-feira, 07 de maio de 2024, às 7:50



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Assembleia promove palestra sobre doenças ocupacionais e ergonomia do trabalho

Evento faz parte da campanha Abril Verde

A Assembleia Legislativa de Rondônia (Alero) promoveu, na manhã desta sexta-feira (26), uma palestra sobre doenças ocupacionais e ergonomia do trabalho, para os servidores da Casa. O evento, organizado pela Secretaria de Modernização da Gestão, faz parte da campanha Abril Verde. O movimento tem como objetivo conscientizar trabalhadores e trabalhadoras sobre a prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho.

Palestra faz parte da campanha Abril Verde (​​​​​​​Foto: Antônio Lucas I Secom ALE/RO)

A palestra foi ministrada pela fisioterapeuta Vitângela Freitas Figueiredo, mestre em saúde pública; especialista em preceptoria do Sistema Único de Saúde (SUS), fisioterapia cardiopulmonar e fisioterapia neurológica. Ela começou explicando sobre o conceito de doenças ocupacionais, que são qualquer complicação de saúde (física ou psicológica) que tenha sido motivada pelo exercício do trabalho de um profissional.

Um profissional ressaltou que o trabalho industrializado, mecanizado e a automação, aliado a uma busca constante pela produtividade e alta qualidade, vem impondo condições extremas à saúde do ser humano. De acordo com dados do SUS, foram registrados três milhões de casos de doenças ocupacionais entre 2007 e 2022. Desses, 52,9% foram acidentes de trabalho graves.

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Em 2022, as principais causas de afastamento do trabalho foram: Lesão por Esforço Repetitivo (LER)/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (Dort); exposição a material biológico, e transtornos mentais. Conforme os registros, o sexo feminino foi o mais acometido, com 51,7%.

  • A LER é um grupo de doenças; são diversas afecções que apresentam manifestações clínicas distintas e variações em intensidade. É causado pelo exercício repetitivo e prolongado de um determinado movimento; é gradativo, reduz a capacidade de desenvolver uma atividade profissional, e pode levar à invalidez.
  • Dort é caracterizado pela postura específica no ambiente de trabalho, que pode desencadear dores crônicas e, com o tempo, impossibilitar um movimento natural. O ambiente de trabalho mal projetado e em condições precárias de manutenção podem prejudicar os colaboradores e causar casos de Dort.
  • São sintomas de LER/Dort: dores nos segmentos afetados; dificuldades para movimentá-los; dormência; formigamento; sensação de pontadas ou agulhadas; fadiga muscular, sensação de peso ou cansaço nos membros; inchaço; alteração de temperatura e sensibilidade; intensidade, e diminuição da força.
  • A fisioterapeuta também destacou sobre os transtornos mentais, caracterizados por problemas psicológicos que podem paralisar as pessoas e causar graves distúrbios. Ambientes de trabalho estressantes podem gerar depressão, ansiedade, síndrome de Burnout, entre outras doenças.
  • As causas dos transtornos mentais podem ser pressão exagerada, metas inalcançáveis, conflitos recorrentes no trabalho, assédio moral, bullying . Na continuidade da palestra, Vitângela esclareceu sobre a ergonomia no ambiente do trabalho, que busca promover equilíbrio na interação entre indivíduo e meio ambiente. Ainda ressaltou soluções para riscos ergonômicos, como a repetitividade de movimentos, posturas expostas em pé e sentado, iluminação deficiente, ritmo excessivo e jornadas longas.
Servidores participantes de dinâmicas de movimentos (Foto: Eliete Marques | Secom ALE/RO)

Para a repetição de movimentos, por exemplo, um profissional indicou pausas frequentes e ginástica laboral. Para postura sentada sentada, cadeira que dê total sustentação à coluna; pernas no ângulo de 90°, e cotovelos apoiados na mesa. “A prevenção muda vidas. Atitudes preventivas são as grandes heroínas quando falamos em doenças ocupacionais. Exames preventivos são mais baratos que cirurgias e doem menos, no corpo e no bolso”, enfatizou Vitângela.

Ainda na palestra, os servidores tiraram dúvidas com profissionais e participaram de dinâmicas para movimentar o corpo. A estagiária de direito, Heliane de Araújo, de 21 anos, já sofreu de LER e síndrome de Burnout. “Às vezes não temos noção de quanto a nossa rotina no ambiente de trabalho pode ser prejudicial. Eu fiz tratamento, preciso ficar afastado. Essa palestra nos ajuda muito”, destacou.

Texto: Eliete Marques | Secom ALE/RO





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