RO, Sábado, 18 de maio de 2024, às 19:51



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Após título da ‘Liberta’, Diniz desabafa: “já perdemos muitos Kennedys por ai”, referindo-se a problemas sociais que envolvem o jogador

Neste sábado, após a vitória sobre o Boca Juniors, Diniz voltou a falar sobre a importância de se olhar para os atletas como seres humanos, e não apenas como jogadores

RIO DE JANEIRO – O gol de John Kennedy, que deu a vitória sobre o Boca Juniors (2 a 1) e o título da Libertadores para o Fluminense, jogou os holofotes para a trajetória do atacante e a importância de Fernando Diniz nela. O treinador é apontado pelo próprio atleta como um dos responsáveis por ajudá-lo a deixar os problemas extracampo de lado e focar na carreira.

Logo após a conquista, uma fala de Diniz sobre Kennedy, dita em maio de 2022, foi resgatada nas redes sociais. O técnico havia iniciado sua segunda passagem pelo Fluminense. Já o atacante ainda não havia atuado pelo time principal na temporada por estar em recuperação de uma fratura no pé.

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Após uma vitória sobre o Athletico, pelo Brasileiro, o treinador foi questionado sobre o comportamento de JK. Poucos dias antes, o atacante virara notícia ao ter seu carro apreendido pela polícia com dois tabletes de maconha após ser emprestado para amigos. Além disso, a fratura da qual ele se recuperava fora sofrida numa pelada com os amigos no fim das férias.

— Já conversei com ele duas vezes. E da minha parte vou fazer o máximo que puder por ele. É um grande talento. E mais um daqueles jogadores, que, por trás, tem uma história de vida que, no futebol, ao invés da gente acolher a pessoa como um todo, a gente acolhe só o jogador. Essa é uma falha gigantesca que tem no futebol brasileiro — afirmou o treinador na ocasião, enfatizando a necessidade de olhar para as questões mais humanas dos jogadores.

— A gente já perdeu muitos John Kennedys por aí. E continua perdendo. Eu vou fazer de tudo para poder ajudá-lo, para ele poder ter uma vida digna no futebol. Principalmente quando ele parar de jogar, para que ele viva daquilo que construiu no futebol. Essa é a minha intenção com ele claramente.

A temporada 2023 tem sido marcada pela volta por cima de John Kennedy. Sem espaço no Fluminense justamente pelos problemas de comportamento, foi emprestado à Ferroviária-SP. Retornou ao tricolor após o Campeonato Paulista e aproveitou as oportunidades dadas por Diniz. Virou um jogador decisivo e uma espécie de carta na manga. Em 32 partidas, marcou nove gols. O mais importante deles neste sábado, que deu ao Fluminense o título mais importante de sua história.

Neste sábado, após a vitória sobre o Boca Juniors, Diniz voltou a falar sobre a importância de se olhar para os atletas como seres humanos, e não apenas como jogadores. Ele acredita que o gol da final passa, antes de tudo, pelo acolhimento dado ao atacante neste seu retorno ao Fluminense.

— O John Kennedy tem o poder de decisão grande, um menino que a gente acreditou muito. Ele é uma daquelas pessoas que o futebol perde aos montes, desses que precisam de muito afeto e carinho — afirmou Diniz, que é formado em psicologia.

— Muitas pessoas usam os jogadores como objeto desde a base, ninguém olha suas carências afetivas. E eu tenho como pilar central do meu trabalho olhar para os jogadores de uma maneira diferente. O John Kennedy, acho que se fosse em outro lugar ele não tinha conseguido ficar e fazer o gol do título. É um trabalho não só meu, mas de muita gente que soube acolhê-lo e proporcionar esse momento.

Fonte: G1






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