RO, Sábado, 27 de abril de 2024, às 17:33



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Analisando o ‘blefe’ do jogador Fernando Máximo – Por Felipe Jeferson

Blefar desse jeito sem uma carta boa nas mãos é um mix de suicídio com loucura temporária agravada por complexo de Don quixote megalomaníaco

Filipe Jeferson*

PORTO VELHO – O baralho é um dos jogos mais antigos do mundo. Contar, distribuir e jogar cartas é uma cultura e patrimônio da humanidade, às vezes, serve de passatempo, outras vezes, permitem às pessoas ficarem ricas e, na mesma tocada, leva outras à derrocada e falência.

Mas por que estamos falando disso aqui? O que tem a ver o baralho com a politica e a eleição à prefeitura de Porto Velho?

Dos jogos de baralho o que eu mais gosto é o truco, um jogo aonde blefar pode ser a chave pra vencer e também a vergonha maior da derrota. Sabemos a carta que temos na manga, mas não sabemos o que o adversário tem. Às vezes um copas vale menos que um gato, mas, dependendo do resto da mão, uma rainha de copas é macho pra caramba.

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Volto a perguntar o que diabos o truco tem a ver com a eleição à prefeitura de Porto Velho?

Recentemente o competente médico Dr. Fernando Máximo que também é deputado federal, bradou por toda Rondônia que se fosse necessário largaria seu mandato de deputado para ser candidato a prefeito de Porto Velho. Agindo como um verdadeiro cavaleiro do zodíaco tentando salvar o mundo, Fernando aventa a possibilidade de perder um mandato de 85 mil votos (quanta ingratidão!!!!!!) para se candidatar a algo que não é certeza e que pode simplesmente dar errado e o nosso grande médico voltar dar expediente no João Paulo II, Hospital de Base e afins.

Mas, como bom jogador de truco que fui na faculdade, eu enxerguei na fala revoltada do meu ex-chefe um movimento chamado de ‘é tudo ou nada’. Conheço o Dr. Fernando, por um bom tempo gozei de sua amizade, parceria e companheirismo (jamais vou esquecer quando ele largou tudo e foi acompanhar a cirurgia da retirada de um tumor da cabeça da minha mãe). E, por conhecê-lo, sei que se trata de um cara muito inteligente, ele enxerga além da visão e do tempo e disso ninguém deve desfazer ou duvidar.

 

O fato é que esse movimento é perigoso. Ele terá duas saídas: ou cumprir o que falou, ou como um mal blefador no truco jogar as cartas no lixo, engolir a vergonha e voltar a posição inicial em que se encontrava.

Porém (sempre isso, essa maldita conjunção adversativa que muda rumos), não sei se meu eterno chefe esqueceu de algo que não se esquece: o tal foro privilegiado que seu mandato lhe aufere e que a partir da perda do mandato cai por terra lhe transformando em um mortal a mercê das instâncias primárias do judiciário. Mas por que esse escriba foca toca nesse assunto? Vale lembrar que durante a pandemia da covid-19 algumas coisas fora do normal aconteceram na Sesau, justamente sob a égide da administração do nosso Deputado campeão de votos, o que em tese poderia implica-lo em prestar esclarecimentos ao judiciário. Isto posto, vem a pergunta de 1 milhão: vale mesmo a pena perder um mandato de deputado federal, ao qual, lhe confere um foro privilegiado, para disputar algo que nem mesmo ele sabe que vai lograr êxito (vamos nos lembrar que das ultimas 5 eleições para prefeito de Porto Velho somente em uma o favorito nas pesquisas levou).

Diante de tudo aventado nesse arremedo de redação, afirmo que Fernandão “apenas” estudou na faculdade de medicina em Manaus e jamais frequentou as mesas de truco regadas a cachaça de qualidade duvidosa. Blefar desse jeito sem uma carta boa nas mãos é um mix de suicídio com loucura temporária agravada por complexo de Don quixote megalomaníaco.

Abre o olho Dr. Fernando e como bom amigo fiel que fui, devo lhe dar mais um conselho (que se fosse bom era vendido), as vezes ficar quieto é a melhor alternativa, o senhor é novo e tem um futuro brilhante dentro da política, não arrisque tudo agora, afinal até eu que sou alheio a política já percebi que o senhor não tem cartas boas na mão, seu grito de truco é apenas blefe e seus adversários, esses sim, tem muitas cartas nas mãos.

Não vamos esquecer que em tempos de política primeiro se prende, humilha e expõe para depois investigar e julgar e no final de tudo absolver e colocar apenas em uma nota de rodapé no pior jornal da cidade que o outrora monstro agora é anjo e que a humilhação pretérita foi apenas erro judicial de mero aborrecimento (Roberto sobrinho que o diga).

Fique aonde está, trabalhe em silêncio, observe os movimentos, seja inteligente como sempre foi e não se arrisque Dr. Fernando, por que, eu, o senhor e seus adversários sabemos que o não tens cartas na mão, no máximo um famigerado pica fumo bem magro que, nesta altura do campeonato não vale nada.

*É professor universitário e servidor público






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