RO, Domingo, 19 de maio de 2024, às 2:19



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Ambulante que virou vereador em Cacoal é vítima do ‘coronelismo político’ de Adaílton Fúria e pode perder o mandato

À boca miúda, o que se comenta em Cacoal, é que o prefeito Adailton Fúria usa seu conhecimento jurídico e abusa do jogo pesado contra aqueles que se contrapõe aos seus objetivos

CACOAL – A política nesta cidade conhecida como a ‘Capital do Café e do Cacau’ vive sempre em erupção e costuma se destacar bem mais que os feitos dos gestores de plantão. Assim, a população de Cacoal trocou uma prefeita que era bem conceituada, mas foi pega em flagrante com a ‘boca na botija’ – ou será ‘na sacola’? – para cair nas garras do jovem advogado, ex-vereador, ex-deputado estadual, Adailton Fúria, que tem fama de ser bom comunicador, surfa nas redes sociais, mas age como um coronel desta era digital.

À boca miúda, o que se comenta em Cacoal, é que o prefeito Adailton Fúria usa seu conhecimento jurídico e abusa do jogo pesado contra aqueles que se contrapõe aos seus objetivos. E para isso, emendam os comentários, mesmo que maledicentes, usa sem moderação o os cargos existentes na Prefeitura ou até eventualmente criar novas estruturas para acomodar os que ele vai cooptando.

E aqueles que apontam o prefeito como o ‘Coronel’ da Capital do Café, apontam o caso do vereador Lauro Kloch como ilustrativo do comportamento coronelesco de Fúria.

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Figura humilde que ganhava a vida como ambulante nas ruas de Cacoal, o então cidadão Lauro Kloch foi abraçado por Fúria, que viu nele a possibilidade de aumentar seu potencial de votos às eleições de 2020.

Assim, Lauro foi eleito pelo partido de Fúria, o PSD, e tocava seu mandato com tranquilidade até o momento em que resolveu não seguir a orientação de seu mentor na eleição diretora da Câmara, iniciada em dezembro do ano passado.

Ao invés de fechar com o candidato a presidência Romeu Moreira (UB), apoiado pelo prefeito Fúria, Lauro Kloch declarou apoio ao candidato Valdomiro Corá, veterano político filiado ao MDB.

Foi o suficiente para Lauro cair em desgraça com seu criador.

Ocorre que o vereador Lauro Kloch tem contra ele um processo por acusação de abuso sexual pendente de julgamento.

Ninguém arrisca uma aposta de que o prefeito teria movimentado seu tabuleiro para ‘cavar’ uma prisão contra seu ex-afilhado Lauro Kloch, que foi preso sob a alegação de ter mudado de cidade sem conhecimento da Justiça, isso depois de se candidatar, se eleger e ser diplomado e empossado e estar cumprindo o mandato.

Com isso, aa eleição para a mesa da Câmara de Vereadores de Cacoal, que diferentes das maiorias das Câmaras municipais tem 12 vereadores enquanto são compostas sempre por número ímpar de integrantes, terminou empatada em seis a seis e, por ser mais idoso, Valdomiro Corá seria beneficiado pelo regimento interno da casa.

A eleição foi parar na Justiça e, enquanto não saiu a decisão judicial, o prefeito teria mudado de candidato, trocando Romeu Moreira pelo vereador Magnison Mota (PSC), que virou presidente da Câmara e botou em pratica o plano do prefeito Fúria para liquidar de vez o mandato de Lauro Klch, que conseguiu sair da cadeia antes do final da licença que havia pedido e entrou com requerimento para reassumir sua vaga naquela Casa.

Nesse ínterim, o prefeito chamou o vereador Magnison Mota, jogou à mesa alguns cargos comissionados na Prefeitura e transformou Mota em presidente da Câmara, depois de rifar Romeu Moreira.

A questão é que o vereador Magnison Mota também responde a uma acusa~~ao de assédio sexual contra uma mulher que ele nomeou em cargo público, mas deseja favores em troca.

Veja matéria do site Tribunal Popular:

Assédio Sexual: ativista político e suplente protocolam pedido de quebra de decoro contra presidente da Câmara de Cacoal

Ao invés de dar provimento ao pedido de Lauro, Magnison instalou uma comissão processante para cassar o mandato de Lauro Klock, por quebra de decoro parlamentar. Se Lauro for cassado, em seu lugar assume o suplente Pedro Rabelo, também do PSD, filho do famoso deputado federal Jabes Rabelo, que até o afastamento de Lauro era o chefe de gabinete do deputado estadual Cássio Gois, vice-prefeito de Fúria.

Pedro Rabelo aliás, já está no mandato desde o afastamento de Lauro.

De acordo com informações, como chefe de gabinete de Gois, Pedro Rabelo tinha salário de mais de 20 mil reais na Assembleia Legislativa, mas foi obrigado por Fúria a voltar para Cacoal e assumir como vereador, para ganhar um salário de 7 mil reais.

Do contrário, poderia também cair em desgraça com o coronel.

Assim, o presidente da Câmara de Cacoal, Magnison Mota, convocou para esta quarta, 26/07, as 12h, sessão extraordinária para deliberar sobre o afastamento do vereador Lauro Costa Kloch (Lauro Garçom – PSD) e o retorno do seu mandato, função parlamentar, até o julgamento final do processo de representação por quebra de decoro parlamentar em andamento no parlamento mirim. A sessão foi fundamentada no parecer da Comissão Permanente de Ética e Decoro Parlamentar.

Desculpa Esfarrapada

A comissão de ética formada pelos vereadores Edimar Kapiche, Ezequiel Minduim e Paulinho do Cinema opinaram para que o pedido de afastamento do vereador seja votado em plenário visando o afastamento e o não retorno do parlamentar até o julgamento do processo de cassação para não causar dano a imagem da Câmara e dos demais vereadores.

Dois pesos, uma medida

Em virtude do recesso parlamentar, a Câmara ainda não analisou outros dois pedidos de quebra de decoro contra o presidente da Câmara, vereador Magnison Mota, referente a denúncia de assédio sexual contra servidora comissionada, mas realiza sessão extraordinária visando manter Lauro Kloch afastado de suas funções, evidenciando a perseguição política imposta no Poder Legislativo. A sociedade precisa conhecer a conduta dos vereadores da base do prefeito e especialmente da comissão de ética, que agem com dois pesos e uma medida.

Direito líquido e certo

De acordo com a defesa, o vereador Lauro Garçom pediu licença por motivos particulares no dia 29 de maio. No último dia 14 de julho de 2023 protocolou requerimento para retornar as suas funções, fundamentado no regimento interno e na Lei Orgânica de Cacoal e até agora o presidente da Câmara não respondeu ao requerimento protocolado. Ao invés de deliberar sobre o requerimento jogou a responsabilidade de sua atribuição ao plenário da Casa de Leis.

“Nenhum vereador pode ser acusado por quebra de decoro em virtude de um fato ocorrido há mais de 10 anos. O decoro parlamentar está relacionado com as condutas praticadas no exercício do mandato; não com fatos ocorridos antes. O próprio artigo 75 do Regimento Interno da Câmara de Cacoal destaca que a quebra de decoro é consequência de condutas praticadas no exercício do mandato.

Na Lei Orgânica está expresso que a perda de mandato decorre de sentença criminal transitada em julgado, fato que não aconteceu em relação ao vereador Lauro. Na verdade, os vereadores da base do prefeito querem a permanência do suplente Pedro Rabelo (PSD) para atender os anseios e caprichos da administração mesmo ferindo de morte o voto popular que outorgou o mandato ao vereador Lauro Garçom” frisou a defesa do vereador.

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