Agressão a cadela em pet shop de Goiânia revolta a sociedade; funcionário é indiciado por maus-tratos
Veio a público nas últimas horas um caso revoltante que gerou grande comoção e indignação nas redes sociais. Imagens de câmeras de segurança flagraram um funcionário agredindo brutalmente uma cadela da raça Shih Tzu dentro de um pet shop localizado em Aparecida de Goiânia, região metropolitana da capital.
As cenas, que causaram repúdio generalizado, mostram o animal sendo vítima de socos, puxões e maus-tratos durante quase uma hora. A situação só foi descoberta após a tutora perceber que o olho da cadela estava machucado e, desconfiada, solicitou as imagens do circuito interno.
A Polícia Civil confirmou que o homem, de 29 anos, foi formalmente indiciado por maus-tratos. Segundo o delegado responsável pela investigação, o indiciamento foi possível graças ao conjunto de provas, que inclui os vídeos das câmeras, os depoimentos das testemunhas e o laudo pericial, que confirmou que as lesões foram causadas pelas agressões e não por acidente.
Entenda o caso
O crime aconteceu no último dia 7 de junho, por volta das 12h, no Setor Santa Luzia. De acordo com a investigação, o agressor aparece nas imagens desferindo sucessivos socos na cadela, que chega a urinar de dor. Mesmo após notar que feriu o olho do animal, ele ainda tenta disfarçar a situação aplicando colírio.
A denúncia foi registrada três dias depois, quando os tutores perceberam o ferimento e buscaram explicações. A clínica veterinária informou que o agressor trabalhava como freelancer naquele dia e que os responsáveis pelo local só tiveram conhecimento das agressões após serem alertados pela própria tutora.
Uma das veterinárias chegou a relatar, segundo o boletim de ocorrência, que o funcionário tentou justificar o machucado dizendo que o animal teria se ferido durante o uso de uma rasqueadeira (aparelho utilizado para pentear). Contudo, após análise das imagens, ficou evidente que se tratava de agressões deliberadas.
Ainda segundo o delegado, no momento em que foi confrontado, o agressor teria apenas dito que estava “um pouco nervoso” e preferiu se manter em silêncio durante o depoimento, alegando problemas psicológicos.
Perícia confirma maus-tratos
O laudo pericial confirmou que as lesões no olho da cadela foram causadas por traumas decorrentes das agressões, descartando qualquer versão de acidente. A equipe veterinária informou que a cadela desenvolveu uma úlcera na região ocular, mas com o devido tratamento, utilizando colírio, o quadro deve ser revertido em cerca de 10 a 15 dias.
“A perícia ratificou que as lesões apresentadas condizem exatamente com o que aparece no vídeo e com os relatos das testemunhas. Já tínhamos a autoria, só faltava confirmar a materialidade, o que foi feito rapidamente”, informou o delegado.
Posicionamento do pet shop
Diante da repercussão do caso, a clínica onde o fato ocorreu divulgou nota oficial esclarecendo que o agressor não faz parte do quadro fixo de funcionários, tendo sido contratado de forma pontual apenas naquele dia. Na nota, a empresa afirmou que repudia veementemente qualquer tipo de maus-tratos contra animais e que adotou todas as providências necessárias assim que tomou conhecimento do ocorrido.
Entre as medidas adotadas, estão o atendimento veterinário imediato para a cadela, o registro do boletim de ocorrência, a entrega das imagens às autoridades e o acompanhamento dos tutores durante todo o processo.
A empresa também destacou que revisou seus protocolos de segurança e reforçou os procedimentos internos para garantir que situações como essa jamais se repitam. No comunicado, pediu ainda que a população não generalize o fato para toda a equipe, formada por profissionais que, segundo eles, atuam com ética, responsabilidade e amor pelos animais.
Desdobramentos
De acordo com a Polícia Civil, a investigação foi concluída e o agressor responderá na Justiça pelo crime de maus-tratos a animais, previsto na Lei Federal nº 9.605/1998, que trata dos crimes ambientais. Por outro lado, os proprietários do pet shop não serão responsabilizados criminalmente, uma vez que não tinham conhecimento prévio da conduta do funcionário.
O caso segue gerando grande repercussão e mobilizando a sociedade, que exige justiça e punição exemplar contra maus-tratos a animais.