RO, Sábado, 27 de abril de 2024, às 19:10



RO, Sábado, 27 de abril de 2024, às 19:10


A PELEJA É CURTA, PARA TANTA GENTE!!!!! — Por Filipe Jefferson*

Por Filipe Jefferson*

No dito popular, cobertor peleja é aquele que ora cobre a cabeça ora cobre os pés, sem atender ao usuário adequadamente, pois é curto.

Mas o que isso tem a ver com a eleição para prefeitura de Porto Velho?

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Ocorre que segundo meus cálculos em porto velho existem 5 potenciais candidatos à prefeitura que representam a direita e extrema direita o que em tese pode dividir votos e fazer com que esse lado político chegue fracionado e fraco a um eventual segundo turno.

Mariana Carvalho, Fernando Máximo, Marcelo Cruz, Coronel Crisostomo e o futuro candidato do partido Novo disputam o eleitorado da direita e extrema direita, só que, esse eleitorado é limitado e se caso todos saiam candidatos a consequência disso é, fragmentar a ideologia e principalmente fazer com que um candidato com teto baixo de votos chegue ao 2º turno.

Vejamos os perfis de eleitorados de cada candidato direitista.

Mariana Carvalho tem o apoio irrestrito da igreja universal do reino de Deus que é a dona do seu partido o Republicanos, soma-se a isso o apoio dos filhos do ex presidente Bolsonaro, que são amigos fiéis e de primeira hora (alguém se lembra que durante um tempo um deles sempre estava em Porto Velho?), logo ela abocanha uma parte considerável do eleitorado e sendo ela candidata da situação e do atual alcaide da prefeitura soma-se a isso os votos de cabrestos dos cargos comissionados e seus parentes.

Fernando Máximo, o competente médico dono de um carisma inigualável é um fenômeno aonde chega, consegue aglutinar várias tribos, caminha muito bem no meio evangélico neopentecostal, jovens estudantes (graças as suas ótimas palestras educativas) dentre outros entes da população (falta-lhe apenas um partido).

Marcelo Cruz o todo poderoso da assembleia legislativa detém consigo um bloco muito forte de pastores evangélicos e agora conta com nada mais, nada menos que 6 partidos sob sua batuta, ou seja, querendo ou não ele vai ter uma infraestrutura invejável, soma-se a isso a sua boa desenvoltura como ex-vereador, deputado e atual presidente da assembleia. Soma-se a isso o fato de caminhar muito bem dentre os conservadores de plantão.

Coronel Crisóstomo além de ser presidente do PL Porto Velho, goza da amizade do ex-presidente Bolsonaro, caminha muito bem entre os conservadores mais lunáticos e extremos, tem a seu favor os discursos inflamados a lá Benito Mussolini que encanta os olhos dos mais antigos.

Agora vem a pergunta mais importante: Notaram que todos esses candidatos disputam votos entre si? Notaram que dos 04 candidatos, estão batalhando pelos mesmos votos? Notaram que o cobertor não está cabendo todo mundo? E é aí que mora o perigo de a direita sequer conseguir chegar ao segundo turno mesmo que de uma forma fraquejada e em pedaços.

Em um cálculo rápido eu vou demonstrar o perigo, afinal, os números nunca mentem:

Em 2022 Bolsonaro teve em Porto Velho 170 mil votos e Lula teve 95 Mil votos, ou seja, todos os candidatos da direita e extrema direita brigam por 170 mil votos e caso a esquerda se una em torno de uma única candidatura (ouviu Fátima Cleide? Esse ano pense em grupo e não em si, lembre-se do que ocorreu em 2018), é provável que esse candidato assuma os 95 mil votos que a esquerda teve e os candidatos da direita briguem pelos 170 mil votos direitistas tendo como teto máximo 34 mil votos para cada candidato. Pois bem, nas eleições de 2020 Hildon Ganhou com pouco mais de 110 mil votos, logo, pela lógica é mais fácil chegar em 110 mil votos quando se já tem 95 mil do que quando se tem apenas 34 mil.

Outro fator importante a ser levando em consideração é o fator Hildon Chaves, caso o União Brasil lance candidato próprio o acordo costurado em 2022 cai por terra e aí jovens leitores, salve-se quem puder, Hildon tem aspirações para 2026 e acima de tudo isso tem capital político e, caso, sua ungida não chegue ao segundo turno fica difícil conseguir convencer Hildon a participar de outro acordo que pode não ser cumprido novamente.

Vale lembrar que, Hildon deve uma pedra a um possível candidato da esquerda e, caso sua ungida não chegue ao segundo turno será mais fácil costurar um acordo com o professor do que com quem não cumpriu com o acordado, afinal, ser enganado por uma pessoa uma vez é aceitável, duas vezes é burrice e Hildão é tudo nessa vida menos burro.

Por fim chegamos à conclusão que o cobertor Bolsodireitista é curto para tanta gente e que, caso a direita saia com muitos candidatos a derrota para a prefeitura da capital das terras de rondon é certa.

Logo, ou os candidatos da direita sentem e fumem o cachimbo da paz e concordem em um candidato único, ou, vão perder uma eleição.

Já que, de um primeiro para segundo turno o tiro é rápido, a esquerda detém o poder econômico financeiro federal, Hildon é um poderoso fiel de balança e que uma eleição se ganha nas madrugadas que antecedem o pleito. Um time fragmentado não chega a lugar nenhum a não ser na vergonhosa posição de derrotado.

*Filipe Jefferson — Professor universitário e servidor público






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