RO, Terça-feira, 22 de abril de 2025, às 21:13






A partir da delação do ex-prefeito José Rover, MPF denuncia 15 pessoas por corrupção em Vilhena – em alguns casos, pai, mãe e filhos

VILHENA – Pode estar chegando ao final o capítulo vergonhoso da recente história do município de Vilhena, no extremo sul de Rondônia, onde o ex-prefeito José Rover formou uma verdadeira quadrilha com empresários fornecedores do município para desviar recursos públicos. O Ministério Público Federal (MPF) denunciou 15 pessoas envolvidas em um meticuloso esquema de corrupção e de lavagem de dinheiro arraigado a fraudes licitatórias entre 2010 e 2016 na prefeitura de Vilhena, em Rondônia. As fraudes usaram recursos federais de três programas nacionais de melhoria da educação e ocorreram com o pretexto de promover o atendimento adequado às necessidades de transporte escolar dos alunos das áreas urbana e rural.

Ex-prefeito José Rover entra para a história como um dos mais corruptos a passar pela Prefeitura de Vilhena

O esquema envolveu servidores públicos, empresários e laranjas e causou prejuízo de 12,9 milhões de reais, em valores atualizados até abril de 2019. A operação ‘Escravo de Jó’ e as investigações feitas evidenciaram que houve enriquecimento ilícito por fraude nas licitações, prorrogação indevida de contratos, elevação arbitrária de preços, corrupção ativa e corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa.

Segundo o procurador da República Lucas Costa Almeida Dias, sob o propósito de oferecer transporte gratuito às crianças da zona rural e urbana de Vilhena, os agentes públicos fizeram direcionamento da licitação e macularam os objetivos pretendidos no Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (Pnae), do Programa de Apoio ao Sistema de Ensino para Atendimento à Educação de Jovens e Adultos (Peja), e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

Cidade de Vilhena está deixando para trás um dos períodos de maior corrupção na Prefeitura Municipal

As empresas ganhadoras da licitação foram Biasi Turismo e Bueno Tur (Geneci Salete Pires Bueno ME). Nenhuma delas estava preparada com ônibus suficientes e ocorreram subcontratações. Os contratos também foram prorrogados sem autorização legal.

A Justiça Federal deferiu a quebra dos sigilos bancários e fiscais dos envolvidos nas fraudes e, a partir de então, o MPF verificou transferências entre as empresas beneficiadas e agentes públicos, como se fossem “mesadas”. Para o MPF, formou-se um “verdadeiro propinoduto”.

Foram denunciados o ex-prefeito José Luiz Rover, que confessou à polícia o recebimento de propina; os empresários Ademar Bueno Marques e Geneci Salete Pires Bueno e suas filhas Hervet Pires Bueno, Helem Pires Bueno e Heloisa Bueno Matiello; o empresário Airton Franco de Melo, sua esposa Ivanir Pietro de Melo e seu filho Wellington Pietro de Melo; Bibiana Machado; o ex-pregoeiro da prefeitura Emerson Santos Cioffi e sua ex-esposa Jaqueline Rodrigues da Costa; o ex-secretário de integração Gustavo Valmórbida; o procurador municipal Mário Gardini; e o ex-secretário de educação José Carlos Arrigo.

O MPF pede que a Justiça Federal condene os denunciados às penas de reclusão, ao ressarcimento dos prejuízos, com valor mínimo de indenização de 12,9 milhões de reais, e pagamento de indenização por dano moral coletivo no valor de 500 mil reais de cada um dos denunciados. Também houve pedido para que a Justiça mantenha o bloqueio dos bens e valores até a condenação dos réus.

Fonte: MPF/RO


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