RO, Terça-feira, 30 de abril de 2024, às 18:40



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A necessidade de reabertura da BR-319 por outra ótica: a dos sindicalistas, que partem em caravana de Manaus até Brasília

A BR-319, como está, só interessa aos criminosos: grileiros, exploradores de madeira ilegal, garimpeiros, narcotraficantes e daí por diante

PORTO VELHO – Vai partir a “caravana pela reconstrução da BR-319”. Um grupo de sindicalistas do Amazonas, Roraima e Rondônia sai de Manaus na madrugada de 2 de novembro, Dia de Finados, rumo a Porto Velho. Eles vão percorrer os 850 quilômetros da rodovia até a capital de Rondônia.

De lá, os manifestantes descem até Brasília, onde pretendem se encontrar com a ministra Marina Silva (Meio Ambiente), o ministro Renan Filho (Transportes). Além disso, vão tentar uma audiência com o presidente Lula da Silva. Desse modo, a caravana pretender chegar à capital do Brasil no dia 5/11, domingo.

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Independentemente das possíveis audiências nos ministérios, ou até mesmo com Lula, a caravana já tem encontro marcado com a Frente Parlamentar pela BR-319. O grupo político envolve 192 deputados federais de todos os estados brasileiros e é coordenado pelo amazonense Fausto Júnior (União Brasil).

“Nessa audiência, que será às 15h do dia 8 de novembro, na Câmara dos Deputados, pretendemos discutir acertar uma agenda prática e objetiva com os deputados junto ao Palácio do Planalto e aos ministérios. Além dos órgãos ligados diretamente a essa questão, do licenciamento ambiental aos prazos de execução das obras”, disse o presidente da Força Sindical Amazonas, Vicente Filizola.

Audiência com Marina

No entanto, o ponto alto da caravana em Brasília será a audiência com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Na avaliação dos sindicalistas, a ministra é vista no Amazonas como uma inimiga declarada da BR-319. Isso porque ela tem se posicionado claramente contra o licenciamento das obras no trecho do meio da rodovia, de cerca de 400 quilômetros.

“Por isso, queremos deixar claro à ministra que o argumento dos possíveis danos ambientais, que viriam da rodovia trafegável, são fantasiosos e não têm o menor cabimento. A BR-319 já existe há cinco décadas e, se causou algum impacto ambiental, isso ficou em um passado muito distante”, afirmou Carlos Lacerda.

Ele é um dos líderes da caravana da BR-319 e coordenador do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi) na região Norte.

Impacto negativo

Para o sindicalista, o impacto negativo que a rodovia causa é agora, pois, nas condições em que está penaliza pelo menos 4 milhões de brasileiros, que vivem no Amazonas, Rondônia e Roraima e, transversalmente, todos os demais estados nortistas.

“É uma via absolutamente vital para a nossa conexão terrestre com o restante do país, mas que há décadas se encontra em péssima situação principalmente no chamado trecho do meio, uma extensão de aproximadamente 250 quilômetros, entre o km 200 e o km 450, que atravessa os territórios dos municípios de Borba, Beruri, Manicoré, Tapauá, Canutama e Humaitá, todos no Amazonas”.

Queimadas na BR-319 voltam a jogar fumaça sobre Manaus

Para Deive Couto, sindicalista da área de hotelaria e hospitalidade, a BR-319, como está, só interessa aos criminosos: grileiros, exploradores de madeira ilegal, garimpeiros, narcotraficantes e daí por diante.

“Então, permitir que a rodovia continue nessas péssimas condições e se deteriorando cada vez mais é o mesmo que incentivar todo tipo de atividade ilegal no trecho do meio, livre de fiscalização e da presença do poder público”.

Diálogos produtivos

Na audiência com Marina, o movimento espera um diálogo franco que, lhes dê a oportunidade de expor os fatos por uma outra ótica além da puramente ambiental: a humanitária. Segundo eles, a BR-319 tem uma função social extremamente relevante e a plena condição de trafegabilidade dessa via é uma questão de direito constitucional dos amazonenses e roraimenses, em particular, e dos nortistas, de modo geral.

Já no encontro com Renan Filho, disseram que vão agradecer pelas demonstrações públicas de boa vontade em relação à necessária recuperação da BR-319 e pedir agilidade nos procedimentos legais que envolvam as obras no trecho do meio, o chamado ‘meião’.

“E na audiência com o presidente Lula, queremos demonstrar o quanto esperamos dele na condução do país e especificamente na questão da BR-319, porque ele tem uma visão humanista e humanitária, e compreende o que significa para nós viver sem a cidadania plena”, disse Lacerda.

Por: Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília






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