RO, Domingo, 19 de maio de 2024, às 10:47



RO, Domingo, 19 de maio de 2024, às 10:47


A história de tragédias e perdas familiares de uma moradora de assentamento da reforma agrária no Sul de Rondônia

“A fé em Deus faz a gente superar essas tristezas, e é isso que tenho feito”, ensina dona Maria Aparecida que viu o filho, vaqueiro de 18 anos morrer com um tiro acidental. Ele não sabia da gravidez da esposa; bebê nasceu em Vilhena, mas viveu menos de duas horas

CHUPINGUIA (RO) – Aos 45 anos, a sitiante Maria Aparecida da Silva, moradora do ‘Assentamento Maranata’, na zona rural de Chupinguaia, coleciona histórias de perdas familiares e de tristeza, mas sem perder jamais a fé em Deus. É na fé que dona Mareia encontra força para superar os acontecimentos e as perdas dolorosas que aconteceram nos últimos anos em sua vida. A última delas registrada três dias atrás, em Vilhena.

O neto que seria a semente de seu filho mais novo, morto acidentalmente durante uma caçada nasceu no hospital Regional de Vilhena, mas sobreviveu somente dois dias.

Dona Maria tem uma história ponteada de tragédias familiares que amais parece roteiro de filme.

- Advertisement -



Há quatro anos, dona Maria Aparecida perdeu o filho mais velho, Jean. Aos 23 anos, ele sofreu um infarto fulminante enquanto andava de moto sobre uma ponte. Caiu no rio e morreu.

Em novembro do ano passado, seu filho Renan Marcos Alves da Silva também  morreu de forme trágica. O jovem de 18 anos, que trabalhava como vaqueiro nas fazendas da região e sonhava construir uma família, morreu durante uma caçada, ao disparar acidentalmente um rifle contra o próprio rosto.

Apesar do desejo de construir uma família, Marcos partiu sem saber que seria pai. Sua esposa.

Dona Maria Aparecida se animou com a gravidez da nora e a possibilidade de restar um herdeiro de um de seus filhos. Contudo, Gleici Silva, a jovem viúva foi internada, passou pelo procedimento de parto, mas a criança só sobreviveu dois dias.

Mas uma perda na vida de dona Maria Aparecida.

Por telefone, o Folha do Sul on Line entrevistou, na manhã deste domingo, 4, a sitiante que mora no ‘Assentamento Maranata’, na zona rural de Chupinguaia. Ela relata com certa resignação as perdas que a vida tem lhe imposto nos últimos anos.

Em novembro do ano passado, dona Maria sepultou o filho Renan Marcos Alves da Silva, de 18 anos, vítima de um acidente fatal: ele disparou um tiro acidental de rifle em si mesmo e morreu antes de chegar ao Hospital Municipal de Chupinguaia. A morte do jovem vaqueiro, que foi atingido na altura do olho, comoveu a região.

A mãe conta que Renan tinha o sonho de ser pai, mas morreu sem saber que a esposa, Gleici Silva, hoje com 18 anos, com quem havia se juntado quando ambos ainda eram menores de idade, estava grávida. “Eles se casaram muito novinhos, mas a união deu certo”, diz a sitiante.

Depois do sepultamento do companheiro, Gleici fez exames e descobriu que ele havia deixado um filho em seu ventre. A jovem evangélica, que sonhava com a maternidade, teve o filho esta semana, no Hospital Regional de Vilhena.

Na quinta-feira, o garoto que receberia o nome de Davi Miguel, veio ao mundo antes da 24ª semana de gestação, mas viveu menos de duas horas. A mãe continua recebendo apoio psicológico no hospital, pois ficou extremamente abalada com a perda do bebê, cujo corpinho foi sepultado em Chupinguaia.

“Meu filho e meu neto vão se encontrar no céu. Nada acontece sem a permissão de Deus”, conforma-se a valente Maria, que vem enfrentando uma tragédia familiar atrás da outra nos últimos tempos.

Primeira perda

Pouco depois que a morte do primeiro filho de Maria completou quatro anos, ela precisou sepultar Renan, o segundo a partir em circunstâncias trágicas.

O primeiro a morrer foi Jean, que sofreu um infarto fulminante quando andava de moto próximo ao assentamento onde a família ainda mora.

Após sofrer a parada cardíaca em cima de uma ponte, ele caiu dentro de um rio. Tinha 23 anos na ocasião.

Apesar das dores, Maria anima quem passa pelo sofrimento que ela enfrenta: “a fé em Deus faz a gente superar essas tristezas, e é isso que tenho feito”.

Fonte: www.expressaorondonia.com.br, com informações da Folha do Sul






Outros destaques


+ NOTÍCIAS