RO, Segunda-feira, 12 de maio de 2025, às 11:10






Lógica macabra – Em Rondônia, se ficar doente, vai de ambulância. Agora, se morrer em acidente na BR, chama o avião

Essas tragédias com ambulâncias tem desnudado uma lógica cruel do Governo do Estado e Prefeituras

VILHENA – Providência prática que evite a morte de pessoas em ambulância pela BR-364 ainda não foi anunciada nenhuma, mas quase um depois da tragédia com uma ambulância da prefeitura de Vilhena em que seis pessoas morreram, a Prefeitura do município ainda está batendo boca sobre o assunto. Essa semana saiu mais uma nota de esclarecimento sobre o caso, após após algumas ilações entre colegas do motorista que morreu. Mas solução mesmo para evitar que a tragédia continue se repetindo ainda não se anunciou nenhuma.

Essas tragédias com ambulâncias tem desnudado uma lógica cruel do Governo do Estado e Prefeituras: se tiver doente, mesmo que esteja muito mal, vai de carro. Agora, se morrer na BR- aí chama o avião para trazer os corpos.

Faz sentido um negócio destes?

Este bate-boca sobre o caso um mês depois da tragédia poderia dar lugar a um debate envolvendo todos os prefeitos do Sul de Rondônia, para, quem sabe, em forma de consórcio adquirir uma aeronave para transportes de pessoas com problemas de saúde ou, quem sabe, construir um hospital de grande porte e com atendimento de alta complexidade em uma destas cidades.

O prefeito Flori Cordeiro, homem íntegro e de visão tem todos as condições de liderar esse projeto em favor dos moradores do Sul de Rondônia e acabar com essa ‘roleta russa’ que virou o transportes de doentes em ambulância pela BR-364.

Mas o Tribunal de Contas que, de uns tempos pra cá, começou a fiscalizar o atendimento à saúde pública, e o Ministério Público bem que poderiam se inserir também neste debate de alta relevância para preservação de vidas

Agora, horas após o jornal Folha do Sul on Line publicar o desabafo de dois caminhoneiros sobre a morte de um colega de profissão na BR 364, a Prefeitura de Vilhena emitiu nota para esclarecer a insinuação dos entrevistados.

Um dos motoristas chegou a dizer que o companheiro de estrada havia sido “assassinado”, atribuindo ao motorista da ambulância envolvido no acidente que já tinha deixado cinco mortos (número que agora subiu para seis), a responsabilidade pela tragédia.

Leia abaixo, na íntegra, a manifestação oficial da prefeitura sobre o episódio, e na qual a morte da última vítima é lamentada:

                 NOTA DE ESCLARECIMENTO

A Prefeitura de Vilhena lamenta profundamente a morte do motorista Dilon F. de Macedo, de 63 anos, profissional experiente e dedicado, cuja memória deve ser preservada — porém, jamais sob acusações levianas e não comprovadas contra o motorista da ambulância, José Florêncio, que também é uma das vítimas da fatalidade ocorrida no último dia 18 de abril.

Com relação à acusação de que o motorista da ambulância da Secretaria Municipal de Saúde de Vilhena teria sido obrigado a viajar “cansado”, trata-se de uma inverdade.

Ressaltamos que tal afirmação foi feita por quem desconhece a realidade dos fatos. O retorno de José Florêncio a Vilhena, após sua última viagem, ocorreu na quarta-feira, 16 de abril, às 17h, e ele só voltou a viajar no dia 17 de abril, às 20h30 — ou seja, mais de 24 horas depois de seu retorno.

O triste acidente aconteceu na sexta-feira, 18 de abril.

A Prefeitura de Vilhena reitera, mais uma vez, seu compromisso irrestrito com a verdade e lamenta as acusações absurdas e irresponsáveis”.

Fonte: Folha do Sul

www.expressaorondonia.com.br

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