RO, Sábado, 03 de maio de 2025, às 10:00




Jacaré é apontado como provável assassino de menino encontrado morto no rio Solimões

O corpo de Felipe Tinoco, 7 anos, foi localizado na tarde desta sexta‑feira nas margens de um lago formado pela cheia do Rio Solimões, na comunidade rural de Cuia Grande, zona ribeirinha de Anamã. A criança havia sumido na última quarta‑feira (30) enquanto acompanhava o pai em uma pescaria tradicional.

Como ocorreu o desaparecimento
Segundo a Polícia Militar do Amazonas, pai e filho armavam redes de descanso entre duas árvores, cerca de um metro acima do nível da água, prática comum entre moradores da região. O pai afastou‑se por alguns minutos para verificar anzóis e, pouco depois, ouviu gritos. Ao retornar, encontrou a rede rasgada e o filho desaparecido. Moradores iniciaram as buscas imediatamente, mas só nesta sexta‑feira o corpo foi localizado a poucos quilômetros do ponto onde a criança dormia.

Resultados da perícia
Exames realizados no Instituto Médico‑Legal (IML) de Anamã descartaram afogamento: não havia água nos pulmões de Felipe. O laudo preliminar indica fraturas nas vértebras cervicais e ferimentos compatíveis com o ataque de um animal de grande porte. Na área, é comum a presença de jacaré‑açu (Melanosuchus niger), espécie que pode atingir cinco metros de comprimento e até 300 kg.

Assistência à família
A Prefeitura de Anamã informou que equipes de assistência social e psicológica acompanham os familiares. O sepultamento de Felipe ocorreu na sexta‑feira, na comunidade de Santa Maria.

Investigação segue aberta
A Delegacia de Anamã continua a apuração para esclarecer as circunstâncias exatas da morte. Biólogos do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM) foram acionados para avaliar riscos à população ribeirinha e propor medidas de prevenção em áreas com alta incidência de jacarés.

Alerta de especialistas
Ambientalistas reforçam que, durante o período de cheia, jacarés avançam sobre lagos e igarapés utilizados por comunidades locais. Pais e responsáveis devem evitar que crianças permaneçam sozinhas próximos à água, especialmente ao amanhecer ou anoitecer, horários de maior atividade dos répteis.

O jacaré deve ter se aproximado sorrateiramente da rede onde a criança estava e o atacou, arrastando-o pela região.

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