RO, Terça-feira, 22 de abril de 2025, às 7:51






Consumidores denunciam má qualidade de frutas, verduras, mau atendimento nas atacadistas de Porto Velho e pedem fiscalização

Cansado das tarefas do dia e, agora, se sentindo um lixo perante o atendimento recebido no Atacadão, o micro empreendedor abandona o carrinho lotado de produtos e vai-se embora, se sentindo um nada

PORTO VELHO – As redes de superatacadistas que se instalam em Rondônia faturam alto, mas veem oferecendo produtos de qualidade cada vez mais duvidosa e atendimento , no mínimo mal-educado, para não usar um termo mais adequado. E parece até operação combinada, tal a quantidade de reclamação dos consumidores que este www.expressaorondonia.com.br vem recebendo nos últimos meses, o que motiva acompanhamento mais de perto desta situação.

Imagina a cena: microempreendedor destes que trabalham cerca de 12 horas todos os dias, sai do trabalho, passa em casa apanha a esposa e vai ao Atacadão fazer as compras, do mês ou da semana, não importa. Luta para escolher – sobretudo, no setor de hortifrutis – produtos que não estejam com a qualidade a aparências tão feias. Enche o carrinho com os bens e produtos que precisa e chega a hora de enfrentar uma monumental fila para passar no caixa.

Quando chega sua vez, a operadora do caixa olha para ele e o manda entrar na fila de outra caixa que terminou o horário dele e o caixa está fechado. Como assim?, reagiu o consumidor, nada satisfeito. “É isso mesmo. O senhor terá de entrar em outra fila”, diz a funcionário, que vira as costas e vai para o seu descanso. Nada contra o descanso da funcionária.

Mas, e a gestão do funcionamento, não há?

O ex-cliente Atacadão disse à nossa reportagem que procurou o gerente para fazer uma reclamação e foi atendido com desdém, com a singela explicação de que chegou o horário do descanso da operadora do caixa e que ele nada poderia fazer.

Cansado das tarefas do dia e, agora, se sentindo um lixo perante o atendimento recebido no Atacadão, o micro empreendedor abandona o carrinho lotado de produtos e vai-se embora, se sentindo um nada.

Será que esse gerente gerencia alguma coisa? Será que nas capitais do Sudeste e do Sul do país essa rede atacadista dispensa o mesmo tratamento aos seus clientes e oferece os mesmos produtos de qualidade duvidosa e péssima aparência?

O repórter Miro Costa se propôs a ouvir os consumidores a pedido deste www.expressaorondonia.com.br e confirmou a maior parte das reclamações que tem chegada à nossa redação.

A população de Porto Velho está em alerta após relatos de consumidores sobre a má qualidade de frutas e verduras comercializadas em alguns atacadistas e supermercados da capital. A situação, que já vinha sendo percebida por muitos clientes, ganhou repercussão após o depoimento da dona de casa Maria Iraneide, de 59 anos, que foi até um dos grandes atacadistas da cidade no dia 9 de abril e se deparou com produtos impróprios para consumo.

“Fui comprar maracujá, cebola, chuchu e batata. Mas quando vi o estado das frutas, desisti na hora. Tava tudo estragado, com cheiro ruim. Vim embora sem levar nada. Uma vergonha vender produto assim para a gente”, relatou dona Maria, indignada com a situação.

As denúncias apontam maracujás com aspecto escurecido, batatas murchas, cebolas com mofo e chuchus amolecidos. Produtos que deveriam estar frescos e próprios para consumo estariam sendo expostos nas prateleiras mesmo em estado avançado de deterioração.

A situação levanta um sinal de alerta para as autoridades municipais, especialmente a Vigilância Sanitária e o Procon, que têm o dever de fiscalizar rigorosamente esses estabelecimentos. A comercialização de alimentos estragados representa risco direto à saúde da população e pode causar intoxicações, infecções e outros problemas graves.

Especialistas alertam que o armazenamento inadequado, a falta de controle de qualidade e a ausência de um descarte apropriado para produtos vencidos ou danificados contribuem para esse tipo de problema. Além disso, a falta de treinamento dos funcionários que manuseiam e expõem os alimentos também é um fator agravante.

Diante das denúncias, cresce a pressão para que as autoridades intensifiquem a fiscalização nos atacadistas e supermercados da capital. É necessário garantir que normas de higiene e conservação sejam cumpridas à risca e que os produtos ofertados à população estejam dentro dos padrões de qualidade exigidos.

A confiança do consumidor e a saúde pública estão em jogo. Os moradores de Porto Velho merecem respeito e segurança ao fazerem suas compras. Ações preventivas e fiscalização efetiva são urgentes para evitar que mais casos como o de dona Maria Iraneide se repitam.

Inutilmente, a reportagem entrou em contato com o Atacadão em Porto Velho e, como acontece com a clientela, também foi tratada de forma grosseira e não obteve nenhuma posição da rede sobre as reclamações dos consumidores.

Como nosso ofício tem muito de perguntar, fica o questionamento? E os órgãos que se dizem de defesa do consumidor?

Quem tem ouvidos ouçam…

www.expresaorondonia.com.br, com texto fotos de Miro Costa


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