RO, Quinta-feira, 24 de abril de 2025, às 14:31






Governador do Rio diz que Justiça impede combate ao crime

Em entrevista a programa de rádio, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, fez duras críticas ao que chamou de “tempestade perfeita” no combate à criminalidade no estado. Segundo ele, uma série de decisões judiciais tem prejudicado o trabalho das forças de segurança e favorecido o fortalecimento de facções criminosas.

Castro apontou três principais obstáculos enfrentados pela polícia. O primeiro é a ADPF 635, conhecida como “ADPF das Favelas”, que restringe operações policiais em comunidades apenas a situações extraordinárias. “Quando a polícia não pode mais entrar de forma ordinária, as facções dominaram os territórios”, argumentou o governador.

O segundo ponto criticado são as audiências de custódia. De acordo com Castro, a exigência de apresentação do preso em 24 horas, combinada com a orientação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de conceder liberdade em casos com pena de até 4 anos, criou uma situação de “prende e solta”. “A polícia está prendendo o mesmo cidadão 20, 30, 40 vezes. O cidadão que rouba um celular está indo para casa no dia seguinte”, afirmou.

O terceiro fator apontado pelo governador é uma decisão recente da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre casos envolvendo tráfico de drogas e porte de armas. Segundo Castro, a decisão reduziu significativamente as penas aplicadas: “Um criminoso com fuzil passou a estar de volta em casa em 7 meses, quando antes poderia pegar até 34 anos de prisão”.

Apesar das dificuldades, o governador destacou investimentos na área de segurança, citando a aquisição de 500 viaturas blindadas por ano, número sem precedentes no estado. No entanto, ressaltou que o vazamento de informações sobre operações policiais também prejudica o trabalho, já que é obrigatório comunicar previamente diversos órgãos públicos sobre as ações.

O Brazil Journal, que publicou a entrevista, destacou que os comentários do governador surgem em um momento crítico, quando especialistas alertam para o risco de o país se tornar um narcoestado. O veículo defende que o assunto precisa ser discutido profundamente, sem oportunismo ou simplismo.


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