SÃO PAULO — O corpo encontrado em decomposição dentro de um contêiner vazio no Porto de Santos, o maior da América do Sul, foi o primeiro a ser detectado pelo scanner da Receita Federal, conforme apurado pela reportagem nesta sexta-feira (15). O equipamento é usado na conferência de cargas nos terminais do complexo portuário santista desde 2011. A Polícia Federal abriu um inquérito para investigar o caso.
De acordo com a Receita Federal, o escaneamento de contêineres vazios, que dão entrada no país, é uma obrigação imposta aos recintos alfandegados por norma do próprio órgão. O objetivo da medida é combater o contrabando e o descaminho, o crime de ordem tributária com a omissão de mercadoria.
O contêiner com o corpo em decomposição foi colocado no navio no Porto de Tanger, no Marrocos, no dia 1º de setembro. O navio deixou o continente africano e fez escala em Salvador (BA) antes de chegar ao Porto de Santos, destino da caixa metálica até então declarada como vazia.
A embarcação atracou no último domingo (10), mas o contêiner só passou pela conferência na manhã de quinta-feira (14). Os agentes da Receita Federal notaram uma silhueta semelhante a de um corpo humano e acionaram a PF, que confirmou a suspeita.
Rota e perícia
Ao repórter Diego Bertozzi, da TV Tribuna, afiliada da Globo, a Receita Federal informou que o navio saiu de Singapura, na Ásia, e passou pelo Marrocos, onde o contêiner foi embarcado.
A Polícia Federal afirmou ter periciado o contêiner após o corpo ter sido encontrado. O nome do terminal em que foi realizada a ação não foi informado.