Filipe Jeferson*

PORTO VELHO – Ele havia acordado no domingo cedo, como em outros domingos, havia tomado café, almoçado, dado um beijo na mãe e saiu… para nunca mais voltar. Ontem, o Arthur não voltou para casa. Ele foi vítima da intolerância, levou um tiro e a treta nem era com ele.

Um ser se achou dono da verdade e simplesmente atirou, se sentiu ofendido porque achou estar no seu direito de colocar a vida de outros em risco e com seu ‘rolê’ de motos, atirou sem direção, mas o projétil acertou a direção do Arthur.

Eu nem conheci o Arthur, talvez ele poderia até ser meu aluno um dia, afinal, ele era apenas um adolescente, que quando tinha cinco anos dizia o que queria ser quando crescer, mas, o tiro não o deixou crescer, então ele não vai ser o que sonhou ser.

O Arthur no próximo domingo não vai acordar, não vai tomar café e nem dar o beijo na mãe. Ele simplesmente não irá mais.

Foi com o Arthur, mas poderia ter sido meu filho, ou de qualquer pessoa, hoje eu me somo a mãe do Arthur nessa dor, uma dor que nunca mais vai ter alívio, afinal o Arthur era um aniversario, um Natal, um Dia das Mães, um Ano Novo e Dia dos Pais, datas essas que o Arthur não vai estar mais presente.

Que o nosso senhor Deus consiga atenuar o sofrimento da família.

Que nós, como sociedade, possamos ter o direito de viver…

Que o poder público faça seu serviço e tire das ruas esse assassino.

E que o Arthur… o menino Arthur agora esteja tão alto quanto a pipa que ele empinava.

Vá com Deus, guri!

… nem te conhecia…

Talvez, Arthur, você pudesse ser meu melhor aluno, meu amigo, o melhor profissional do mundo, mas um tiro não deixou você ser o que dizia querer ser quando crescer.

Minha singela homenagem a ele…

*É profissional de Tecnologia da Informação

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