RO, Terça-feira, 30 de abril de 2024, às 9:12



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Nem os carnavalescos aprovam: “ao invés de ponto facultativo, Prefeitura deveria se preocupar com a saúde da população”

PORTO VELHO – A decisão da prefeitura de Porto Velho em manter o ponto facultativo segunda e terça (15 e 16), da próxima semana, em pleno período de ascensão da covid, está sendo vista por várias pessoas que o expressaorondonia entrevistou e uma definição clara foi citada por algumas delas, inclusive o médico e ex-integrante da escola de Samba Pobres do Caiari, Samuel Castiel, afirmando que isso representa “uma insanidade”, mesma opinião de outros três consultados a respeito.

Contrária ao ponto facultativo por uma festa que não vai acontecer, a presidente Siça Andrade diz que “a hora é de trocar a máscara da alegria pela máscara que nos protege da morte”

A presidente Siça Andrade, da Banda do Vai Quem Quer, lembrou que ainda em dezembro anunciou que, devido à pandemia, e em respeito aos mortos, doentes e seus familiares o maior bloco de carnaval da região não iria desfilar no sábado “gordo”, como há 39 anos vinha acontecendo. Ela também não entende os motivos que levaram o prefeito a decretar ponto facultativo, tradicional quando tem carnaval, “mas não por uma festa que não vai acontecer. Nós que fazemos o carnaval, entendemos que é uma comemoração mas, acima de tudo cultural, nossa posição é que esta hora é de todos trabalharem, de nos voltarmos para a saúde, trocando a máscara da alegria para máscara dos cuidados com a saúde, trocar a máscara da alegria pela máscara que nos protege e aos outros da morte”.

O compositor e poeta Adaídes – Dadá – dos Santos entende que “diante da situação de pandemia que se apresenta no momento no Estado, sobretudo na no município de Porto Velho, não se justifica dar ponto facultativo, porque isso com certeza pode levar ao aumento dos casos da doença”.

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O comerciário Fernando Lima também disse ter sido uma “atitude insana” a decretação de ponto facultativo, “porque muitas pessoas vão fazer encontros sociais sem levar em conta o risco de aumento da doença”. E continua: “ponto facultativo é sinal de folga para alguns que se arriscam de qualquer forma”

O jornalista Sílvio – Zé Catraca – Santos opinou. “Claro que sou contra, apesar de amar o carnaval, e já disse isso na minha coluna (diária, a “Lenha na Fogueira”, em vários sites). A preocupação do prefeito deve ser com a saúde da população, e não fomentar possibilidades do agravamento. O lazer pode esperar”.

A auxiliar de enfermagem Marina Santos, fã da Banda do Vai Quem Quer, disse não saber a razão de oferecer ponto facultativo, parando a administração municipal durante quatro dias, abrindo espaço para de realização de eventos. “Qualquer pessoa que tome uma decisão dessas precisa acompanhar o sofrimento que é, para nós que atendemos os doentes, e principalmente para os doentes na luta contra um mal que destrói o organismo”.

O advogado Wilson Dias entende absurda a ideia de dar ponto facultativa para atender uma tradição que não se justifica porque o motivo da tradição não vai acontecer, o carnaval. “É um risco muito grande e os exemplos que já temos, da campanha política deveriam servir para evitar qualquer possibilidade de amontoar pessoas e correr riscos de transmissão da doença”

Folclorista e carnavalesco, Flávio Daniel também criticou decreto de ponto facultativo para uma festa que está cancelada

Flávio Daniel, ex-diretor das escolas de Samba Diplomatas e Pobres do Caiari, mandou seguinte mensagem: “Sou a favor do cancelamento do carnaval não só em Porto Velho como em todo nosso país. Achei estranho junto com o cancelamento do decreto da festa, como a manutenção do ponto facultativo, isso só trará mais prejuízo para a nossa já combalida economia. Esse cancelamento deveria ter sido no ano passado, quando foi noticiado o primeiro caso da peste chinesa no Brasil, de um brasileiro que veio da Itália lá em São Paulo, mas para não causar prejuízos, lembro que a rede Globo, junto com os governadores de São Paulo e Rio de Janeiro, além do prefeito de Salvador e outros menos políticos festejados se anteciparam e foram para a imprensa com o aval do médico global Dráuzio Varela falar a respeito do vírus, liberarem geral, e aí vieram navios carregados de turistas, alguns desses já infectados com o vírus que trouxeram da Europa, principalmente da Itália, e no fim deu no que estamos assistindo”.

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