RO, Terça-feira, 23 de abril de 2024, às 10:22



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“Aqui precisamos de Tchau esgoto a céu aberto e não tchau poeira”, reclamam comerciantes da Avenida Calama [vídeos]

PORTO VELHO – Plenamente conhecida, a falta de saneamento básico em Porto Velho deve entrar intocável no ano eleitoral de 2022. Mesmo com a precária aplicação de recursos nessa área que ainda manda muita gente para farmácias e hospitais, a conscientização do manuseio correto do lixo, o esgotamento sanitário e a qualidade da água estão distantes dos sonhados dias com melhor qualidade de vida.

Expressãorondonia.com.br não foi longe para sentir estes problemas. Esteve na Avenida Calama, uma das maiores da Capital rondoniense, que atualmente tem 530 mil habitantes.

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O comerciante Jeferson Oliveira Riuzim, 43 anos, faz comparações: “o governo do estado tem um programado chamado Tchau poeira; a prefeitura põe asfalto sobre ruas sem esgoto, igual fizeram no meu bairro no mês passado”. Ele mora no Aponiã. Em tom de blague: “O que precisamos há décadas é de um Tchau esgoto a céu aberto“.

Bocas de lobo são entupidas com lixo de todo tipo

O que são

Boca de lobo é um componente fundamental do sistema de drenagem de águas pluviais. É responsável pela captação de águas provenientes das sarjetas e por encaminhar toda a vazão para a caixa de coleta, galerias ou tubulações subterrâneas.

De maneira geral, dispõem-se em projeto uma boca de lobo a cada 60 metros no máximo, de modo a garantir o esgotamento das águas a montante para evitar o acúmulo e, até mesmo, o transbordamento da água das sarjetas novamente para o meio da via, provocando alagamentos, altas lâminas de escoamento – que podem causar aquaplanagem de veículos – e demais prejuízos para a população.

Segundo o ranking do saneamento nas cem maiores cidades, publicado pelo Instituto Trata Brasil, entre as 100 maiores cidades, as cinco piores colocadas estão concentradas na região Norte: Santarém (PA), Manaus (AM), Macapá (AP), Porto Velho (RO) e Ananindeua (PA).

“Nesses municípios, de maneira geral, todos os indicadores infelizmente são ruins, tanto na coleta e tratamento de esgotos, quanto nas perdas de água”, destaca Pedro Scazufca, sócio do GO Associados, consultoria que participou do estudo.

Já a cidade melhor posicionada no ranking é Franca (SP), seguida por Londrina (PR), Uberlândia (MG), Maringá (PR) e Santos (SP).

Uma judieira enorme para a saúde

Segundo estimativas atualizadas do Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab), o Brasil precisa investir, ao menos, R$ 24 bilhões a cada ano para universalizar os serviços de saneamento básico até 2033.

Conforme o Instituto Trata Brasil, que faz levantamento anual no setor, isso representa um investimento anual médio por habitante de R$ 114 pelos próximos 15 anos. O País, contudo, tem investido metade desse valor.

O saneamento deve começar na mente de cada um

As dez piores cidades em água tratada

Índice de atendimento total de água: Fortaleza (CE), Belford Roxo (RJ), Belém (PA), Aparecida de Goiânia (GO), Caucaia (CE), Rio Branco (AC), Santarém (PA), Macapá (AP), Porto Velho (RO), Ananindeua (PA).

Enquanto no Sudeste mais de 90% da população têm água tratada, no Norte só 57% das pessoas têm acesso a esse serviço. Em termos de esgotos, a situação na região amazônica é ainda pior: pouco mais de 10% da população é atendida por uma rede de coleta.

“A população reclama do Poder Público, mas não faz sua parte. O saneamento começa na cabeça de cada um”

No mundo

∎ 633 milhões de pessoas no mundo continuam sem acesso a uma fonte de água potável.
∎ 2,4 bilhões de pessoas no mundo vivem sem saneamento adequado. Esse é um assunto tão importante que está entre os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da ONU — é o número 6 da lista.

A falta de saneamento básico impacta diretamente a saúde da população. Sem tratamento devido de água, esgoto e resíduos sólidos não há como garantir que as pessoas não acessem problemas de saúde em decorrência dos agentes patogênicos, explica o portal Superbac.

“Podemos comprovar isso observando que, em cidades onde o saneamento é precário, a taxa de internação por diarreia é altíssima. A educação também afeta a educação das crianças. De acordo com um estudo coordenado pela USP, quando se aumenta o acesso da população aos serviços de saneamento básico, é possível reduzir a taxa de abandono escolar, aumentar a frequência escolar e diminuir a distorção entre idade-série.

Qual o impacto do saneamento básico na qualidade de vida dos moradores?

Esta é a lista com as principais vantagens do investimento em saneamento básico:

  • Crianças na escola;
  • Imóveis da região valorizados;
  • Turismo local com alta estima;
  • Aumento da geração de empregos;
  • População mais saudável, etc.

Grade facilita o escoamento da água da chuva

O perigo quase na confluência das avenidas Calama e Guaporé






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