RO, Quarta-feira, 22 de janeiro de 2025, às 14:42




De luxo a essencial: 25 anos da privatização da telefonia no Brasil

Mais de 25 anos após a privatização do setor de telecomunicações, a telefonia brasileira passou por uma verdadeira transformação. Em 1998, possuir uma linha de telefone fixo era sinônimo de status, com custos que chegavam a US$ 5 mil. Hoje, a realidade é outra: o acesso aos serviços de telecomunicações está amplamente democratizado.

Na época da privatização, o Brasil contava com 17 milhões de linhas fixas e apenas 4,6 milhões de celulares. Atualmente, são 235,5 milhões de linhas de celular ativas, superando a população nacional. Esse crescimento exponencial reflete o impacto da privatização e das inovações tecnológicas no setor.

A quebra do monopólio da Telebrás marcou o início de uma nova era. De acordo com Juarez Quadros, ex-presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a abertura do mercado trouxe concorrência, eliminando filas para a instalação de linhas telefônicas e promovendo a inovação. Hoje, os dados móveis representam 62,1% do faturamento do setor, enquanto os serviços de voz, que antes eram maioria, correspondem a 37,9%. Essa inversão nas receitas reflete a crescente demanda por internet móvel.

A revolução digital
Com o avanço da tecnologia, o Brasil registra 28,7 milhões de acessos fixos à internet e 204,1 milhões de conexões móveis. No entanto, ainda há desafios, como ampliar a cobertura de internet em áreas rurais e rodovias. Atualmente, apenas 44% dos lares têm acesso à banda larga fixa, evidenciando a necessidade de investimentos em infraestrutura.

A Anatel destaca que uma abordagem menos arrecadatória nos leilões de frequências poderia fomentar maior investimento no setor. Além disso, a modernização da Lei Geral das Telecomunicações, de 1997, é essencial para atender às demandas de uma população cada vez mais conectada.

Desafios e soluções
Um dos principais entraves é a elevada carga tributária, que consome 46% das receitas do setor. Eduardo Levy, diretor do Sinditelebrasil, aponta que o governo retém quase metade dos ganhos das empresas sem assumir qualquer risco. A redução dessa carga é considerada essencial para melhorar a infraestrutura e ampliar a qualidade dos serviços.

Apesar dos avanços, há muito o que fazer. Políticas públicas eficazes e investimentos em regiões carentes serão fundamentais para o futuro do setor. A privatização foi um marco na democratização das telecomunicações, mas a evolução contínua dependerá de medidas que promovam acessibilidade e inovação para todos os brasileiros.



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